Eu sei que muitas de nós já experimentamos a autoculpa pelo menos uma vez na vida.

Somos duplamente cobradas por sermos mulheres.

Infelizmente, a mulher ainda carrega o peso de precisar trabalhar mais nessa sociedade machista se quiser provar o seu valor.

Não bastasse isso, precisa ainda estar impecavelmente deslumbrante, mesmo tendo que conciliar em alguns casos, até três rotinas diferentes.

Ainda paira sobre nós o peso de não podermos envelhecer.

A mulher moderna não pode ter rugas, celulite, cabelos brancos.

Enquanto um homem grisalho é charmoso, uma mulher na mesma situação é velha.

Chamadas para ser multitarefas?

Além desses ditames estéticos, (nada contra intervenções equilibradas) somos conclamadas a sermos multitarefas.

Até as propagandas de esponja de aço de antigamente exaltavam essa suposta característica.

E a culpa também poderia vir se ficasse uma louça suja ou uma roupa por dobrar.

Hoje ela vem também quando não produzimos o suficiente no trabalho.

Porque por pressão da sociedade somos obrigadas a fazer entregas absurdas em prazos ínfimos.

É nessas horas que recorremos ao produtos miraculosos, aos treinos de imersão em produtividade.

A tudo que nos prometem máxima produtividade. E quando não dá certo, nós nos culpamos.

Os milagres da manhã

Quem aqui não conhece o livro o Milagre da Manhã?

Eu tentei seguir o livro à risca quando o conheci .

Mas me frustrei quando o autor falou de programar a mente para acordar às cinco da manhã, mesmo indo dormir depois da meia-noite.

Como dizia meu pai: – “Você dorme que nem gato em bica, Danica”

Ou seja, isso não funcionou para mim e eu achei que o problema era eu.

O fato é que se eu não dormir no mínimo sete horas por noite eu não funciono no dia seguinte. Viro um zumbi.

Mas eu tentei praticar a pílula mágica do Milagre da manhã.

Não posso dizer que o livro não presta. Ele me ajudou, ajudou sim.

Contudo, fiz algumas adaptações.

Porém, até conformá-lo ao meu estilo de vida, eu me culpei muito por não conseguir fazer tudo certinho e cumprir o cronograma.

Soluções mágicas podem nos frustrar

E é assim que essas soluções mágicas, que tem potencial para funcionar ou não, podem nos carregar de culpa.

Podem também nos fazer tropeçar enquanto procuramos algo para corrigir essa rotina maluca que a vida moderna nos impôs.

Dessa forma, nós temos um trabalho tremendo para nos aprimorarmos, contudo parece que não saímos do lugar.

Nós usamos fórmulas de outras pessoas de maneira cega e não paramos para nos entender.

Quanto isso acontece até a inatividade passa a ser motivo de culpa. Por isso, pare de se culpar!

Como corrigir isso?

Ao se deparar com um modelo que funcionou para alguém, não ache que se trata de uma fórmula universal. Veja algumas dicas:

1 – Antes de tudo, veja como você funciona.

Não se torture para ser uma criatura perfeita. Pare de se culpar!

Isso, aos olhos da nossa sociedade, é o equivalente a um ser robótico, que possui o controle de tudo e não atrasa nenhuma tarefa.

Não busque a perfeição, busque um trabalho excelente, bem feito, racional e suficiente.

Tal trabalho pode até ser melhorado no futuro, porque nós evoluímos e por conseguinte as coisas que fazemos também.

Meu primeiro livro foi medíocre

Quando eu me lembro da primeira versão do meu Livro Moda Fora da Caixa eu coro de vergonha, pois estava horrível.

Mas graças a Deus conseguir ir aprimorando ao longo dos anos e hoje, na terceira versão, eu me orgulho muito do que entreguei.

Pode ser que haja correções no futuro? Claro que sim! Mas tenho consciência do meu trabalho! E sei o que produzi.

2 – Não se desanime com a “perfeição” do outro

Não se desanime admirando vidas perfeitas em redes sociais.

Trabalhe com o que possui, todo dia um pouco para conquistar o que deseja.

Seja diligente, ou seja, plante, regue cuide dos seus projetos, tenha constância e não queira resultados imediatos.

Não se mate pelos seus projetos e não sacrifique sua saúde mental e física para conquistar coisas.

Você precisa estar lúcida e viva para colher os frutos.

Do contrário é trabalhar em vão, é agir como tola, é plantar para outros colherem.

Pare de se culpar

Quando vier aquela voz na sua cabeça dizendo que seu trabalho está ruim, use a racionalidade.

Revise com calma, seja ele um livro, um relatório, uma rotina.

Tome as rédeas, não aceite opiniões de quem não está na sua pele.

Cerque-se de bons livros, mas que eles sejam fundamentados em pesquisas sérias não em ciência fraca ou achismos.

Não aceite fórmulas mágicas que prometam resultados rápidos e sem esforço.

E mais que tudo, veja como você funciona.

É assim que você irá progredir, fazendo seu trabalho e parando de julgá-lo como imperfeito de forma agressiva.

Nem eu nem você somos perfeitas. Nunca seremos. Mas podemos ser melhores a cada dia!