Você não é uma marca, mas uma pessoa!

O que mais se fala hoje : ” Você é uma marca”

E a gente vai tomando esses conceitos para nós sem muita reflexão e começa a acreditar que precisa viver como uma marca.

Nem eu nem você somos uma marca, somos pessoas com uma série de mecanismos complexos operando dentro de nós.

Tentar ser e viver como uma marca nos coloca uma pressão um tanto desnecessária em um mundo onde já existem rótulos demais.

Parece-me que quanto mais nós abraçamos esse conceito de marca pessoal, mais nos distanciamos de nós mesmos e passamos a viver (mesmo que em nível micro) em função do que esperam de nós.

A termo “marca pessoal” pode ser comparada à persona, conceito bem trabalho por Carl Jung em sua teoria das personalidades.

Quanto mais você se aproxima a persona criada, mais distante você fica do seu “self completo ” seu eu integral, e como consequência, pode virar uma marionete social, ostentando um personagem…

A persona é amplamente necessária no contexto social, ela ajuda a comunicar melhor as nossas verdades e não há nada de errado com isso.

Sempre me senti incomodada com esse nome “marca pessoal”

Fuçando a Internet essa semana, eu li um texto muito interessante

E me fez ver que não estou sozinha em meu pensamento e contragosto pelo nome “marca pessoal”

O título: Você não é uma marca! do Blog do Web Designer Ed Rodrigues

O texto é tão bom que li duas vezes, encantada por encontrar gente sensata assim na Internet.

Em vez de usar o termo marca pessoal , ele utiliza o conceito aristotélico “Ethos “, que designa reputação ou autoridade.

Ou seja, o Ethos está associado ao caráter moral, ao comportamento, a tudo o que envolve a sua reputação.

É aquilo que distingue você dos outros.

A retórica aristotélica

O Ethos é um dos pilares da retórica aristotélica.

E o que é retórica? Nada mais que a arte de convencer pelo discurso

Portanto, ao usar o seu Ethos, verdadeiro, autêntico, você convence não porque construiu um avatar bonitinho…

Ou ainda porque tem o design mais maravilhoso do universo…

Você convence porque tem conhecimento do que está falando!

Ainda na retórica aristotélica, temos o “Logos”

O Logos é a palavra, escrita ou falada (discurso)

Não adianta embalar bem o seu discurso se ele não for verdadeiro…

Ou achar que falar demais e usar um monte de termos técnicos fará de você alguém com um Ethos forte.

O seu discurso precisa ser coerente com quem você é. É necessário portanto, consistência entre personalidade e persona.

Eu não sou uma marca, mas deixo marcas

Eu não sou uma marca, mas deixo marcas.

Tenho sim que ter cuidado com a minha reputação, preciso, claro de uma imagem profissional que evidencie o que tenho de melhor.

Não devo falar tudo o que penso, pois posso ser desrespeitosa se não considerar o outro, se não tiver empatia. A persona me coloca esse limite.

Mas não preciso viver numa coleira, não preciso viver um “personagem” que não se cansa, posta todo dia, não tem fome….

Sou muito mais que isso.

Como diz o texto que eu sugeri a leitura lá no começo desse post ( não esqueça de ler, (eis o link aqui de novo):

” Você pode comunicar seu valor sem se vender como se fosse um produto”

Coerência e valor

Mostre o seu melhor, o seu valor.

Tenha um discurso coerente com sua prática.

Tenha paciência, consistência e constância no que faz.

Respeite os outros, mas não fique em cima do muro!

Por isso, tenha opinião própria e aprenda a defender aquilo que acredita sem machucar ninguém.

Se sofrerá rejeição? Com certeza, sei que algumas pessoas vão odiar esse post!

Nada contra a filosofia por trás do termo “marca pessoal” (saudável), mas tudo contra esse nome!

E você? Considera-se uma marca?

Abraço!

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