Você é viciado em telas?

Será que você é um viciado em telas? Já parou para pensar em quanto tempo dedica-se a consumir conteúdo por meio delas?

Quando fui analisar as métricas dos meus sites,vi que a maioria lê a partir de um smartphone.

Os smartphones estão muito integrados à vida cotidiana, por isso nós achamos normal “ficar o tempo todo” conectados.

Nós resolvemos praticamente tudo com eles. Pagamos contas, enviamos mensagens…

Outros, precisam das telas para o trabalho. Não há como fugir.

Somos uma geração hiperconectada.

Mas essa hiperconexão pode ocasionar uma série de prejuízos : isolamento, sono insatisfatório, vista cansada, ansiedade, baixa autoestima e depressão, por exemplo.

Em virtude disso, precisamos avaliar como estamos usando esses dispositivos a fim de encontrar um modo de uso que não nos adoeça.

Com você se avalia?

Há uma nova ferramenta que torna mais fácil para médicos e pesquisadores medirem o vício em mídia digital: Escala de Uso Excessivo de Mídia Digital (dMOS).

Vejamos algumas perguntas que compõem esse questionário, mas a parte com foco em smartphones:

Q15: FOMO*

Fico ansioso quando esqueço de levar meu celular comigo quando saio de casa?

Q16: Perigo

Eu olho para meu celular/smartphone enquanto dirijo? (você pode adaptar essa situação a outra coisa perigosa de fazer olhando a tela do celular como mexer com panelas no fogo, descer escadas…)

Q17: Uso excessivo

As pessoas me dizem que fico muito no celular/smartphone?

Q18: Angústia

Quando não tenho acesso ao meu celular/smartphone, sinto-me inquieto, ansioso ou deprimido?

*FOMO = Medo de perder.

Sobrecarga de informação

O desejo compulsivo de pesquisar e consumir informações na Internet, isso inclui ‘assistir compulsivamente’ entretenimento através de feeds e plataformas de streaming (ou seja, YouTube, Netflix), ou usando sites de discussão ou fóruns (ou seja, Reddit, Quora) causa sobrecarga de informação.

Essa sobrecarga nos custa caro. Rouba nossa atenção, causa declínio cognitivo, vai aos poucos minando a nossa capacidade de concentração.

Maryanne Wolf, eu seu livro “O cérebro no mundo digital: os desafios da leitura na nossa era”, diz:

Basta você olhar para si próprio. Provavelmente, você já percebeu como a qualidade da atenção mudou à medida que lê mais e mais em telas e recursos digitais. Provavelmente, você sentiu uma sensação aflitiva de que alguma coisa sutil está faltando ao tentar mergulhar num livro de que já gostou.

Podemos ler muito, orgulhamo-nos de ter terminado 20 livros em um ano, mas o que fato aprendemos com eles. Será que apenas os decodificamos? O que ficou?

Em tempos de leitura cada vez mais rasa e conteúdos rápidos e curtos, não temos tempo de processar informação.

Desatentos

Consumir tanta informação, sem parar para processá-la, confere-nos uma falsa sensação de estarmos informados, ao mesmo tempo que nos vicia, pois por medo de perder algo (FOMO) continuamos a consumir compulsivamente.

Estamos cada vez mais desatentos. São muitos os que não conseguem ler um texto simples, mas passam horas rolando o feed infinito dos apps.

E enquanto a vida passa…

Será que estamos passando tempo demais nas telas enquanto a vida passa?

Analise suas respostas às perguntas simplificadas do questionário. Se você respondeu “sim” a tudo, reavalie o uso que faz das telas.

Inclua mais atividades na sua rotina que dispensem o uso de celulares e outros dispositivos.

Seu cérebro agradece!

Para saber mais:

Consulte o artigo a seguir para compreender melhor os critérios do dMOS:

The Digital Media Overuse Scale (dMOS): A Modular and Extendible Questionnaire for Indexing Digital Media Overuse

Leia também:

Effects of the excessive use of electronic screens on vision and emotional state

O cérebro no mundo digital: Os desafios da leitura na nossa era

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