Terminei de ler o Livro Essencialismo, de Greg McKeown nesse domingo. O livro é um convite à vida simples, sem excessos, em busca do essencial.
Nesse post compartilho algumas lições e insights que fui tendo ao longo da leitura.
1- Não diga sim rápido demais
Na era da velocidade, também somos tentados a nos comprometer rápido demais.
Talvez o medo de perder uma oportunidade ou de desagradar a alguém sejam algumas das causas.
Mas isso tem um custo imenso para nós, porque aos poucos, sem nos darmos contas vamos esquecendo quem somos e o que queremos e passamos a viver do que esperam de nós.
Ademais, podemos experimentar sobrecarga por nos ocuparmos de trabalhos e decisões que não nos cabem.
Além de dizemos ‘sim’ demais por temer perder oportunidades, complicar laços de amizade ou até mesmo desfazê-los, nós tememos magoar as pessoas, principalmente aquelas mais próximas.
Assim vamos colecionando uma vida que é fruto das decisões dos outros e das prioridades dos outros. Ficamos em segundo plano.
O resultado é uma vida cansada, com picos de murmuração e desânimo.
Mas não precisa ser assim.
Servir é algo importante, ser escravo já é diferente, ser capacho também não é algo interessante.
Por isso, seja firme. Pense antes de responder, analise a situação. Não se comprometa sem antes saber se dará conta de tal compromisso.
Algumas pessoas não vão gostar, mas sua saúde física e mental vai agradecer. E você terá muito mais energia para colaborar de forma eficiente e profunda com o que realmente necessita do seu apoio.
Temos que aprender a impor limites.
2 – A filosofia do ‘Menos e melhor’
Achamos que mais é melhor, quando na verdade podemos fazer menos coisas e fazê-las melhor para ganhar mais lá na frente.
Quando investimos em menos coisas, temos a experiência satisfatória de avançar de forma significativa no que mais importa.
Isso acontece porque a nossa atenção não estará fragmentada ao extremo em um mar de atividades.
Greg fala que o caminho do essencialista segue um propósito e não um fluxo.
Quando seguimos nosso propósito, não nos distrairemos no meio do caminho querendo imitar ninguém.
Saberemos quem somos e o que queremos e em contrapartida será mais fácil eliminar o que não é essencial.
O mundo inteiro conspira contra a mentalidade essencialista porque o mundo exige que sejamos rápidas, ocupadas ao extremo.
Às vezes , tomamos para nós essa cruz de querer ser a super girl que luta que contra bandidos e está sempre maquiada, linda e perfumada.
Ser produtiva não significa estar sempre ocupada, pelo contrário , a ocupação excessiva pode revelar falta de organização e propósito e resultar em várias tarefas pela metade.
3- Se não estabelecermos prioridades os outros o farão por nós
Se não estabelecermos prioridades as prioridades dos outros serão as nossas e nem vamos nos dar conta disso.
Quantas vezes você deixou de estar com a sua família para resolver pendências de outras pessoas?
Não falo aqui de ajudar num momento de crise ou de atender à uma emergência.
Falo de simplesmente deixar outra pessoa desperdiçar seu tempo pela falta de organização dela e pela falta de coragem sua em dizer não.
Quando menos esperamos tomamos a vida dessa outra pessoa nas costas, carregando um fardo que não é nosso.
Martirizamo-nos com problemas que não podemos resolver porque a iniciativa de resolução deve ser do dono dos problemas.
Ajudar não significa tirar as responsabilidade do outro, mas orientar no que deve ser feito.
Orientou, a pessoa não fez, passe! Do contrário se verá reclamando com Deus do fardo pesado que tem que carregar, quando na verdade ele não é seu.
4 -Dê um chega para lá em pessoas tóxicas e dependentes
Pessoas que recebem demais de nós sem dar nada em troca ficam cada vez mais dependentes até sugar todo o nosso estoque.
Ficaremos exaustas por tentar resolver o problema de tais pessoa, quando deveríamos ter adotado uma postura simples e clara de dizer não.
Lembre-se : a pior maneira de ajudar alguém é fazendo o trabalho dela quando tal pessoa tem total condição, saúde e tempo para realizá-lo.
Tenha em mente também que você não pode salvar o mundo e milagres são especialidade de Deus, não podemos transformar a alma de outra pessoa.
Ou tomamos uma atitude radical e mudamos ou seremos o banco emocional, financeiro (ou seja lá qual for a necessidade) de muita gente.
O custo disso é muito alto, pois rouba nossa paz.
5 – A analogia do guarda-roupa
O autor também usa a analogia do guarda-roupa. Pense no seu guarda-roupa.
O que aconteceria se você nunca o arrumasse?
Possivelmente não encontraria o que vestir e as peças que você mais gosta se perderiam no meio de tantas outras.
Quando a situação fica periclitante vamos lá e fazemos aquele detox no guarda-roupa.
Mas, depois, se não houver uma revisão, um sistema de organização, a bagunça e o caos voltarão a se instaurar.
À semelhança do armário , nossa vida também se enche de coisas que vamos aceitando aqui e ali.
Enche-se de compromissos, atividades não essenciais que não processamos, não organizamos , por não termos um sistema.
Bom, mas a vida não é um guarda-roupa…
Embora a vida não seja estática como um guarda-roupa, fica fácil comparar os dois.
Imagine que cada vez que você abrisse o armário notasse que alguém colocou uma peça nova por lá. Rapidinho ele estaria lotado não é mesmo?
Na vida isso acontece também. Vamos deixando que as pessoas coloquem suas tarefas e compromissos dentro da nossa vida.
Não nos perguntamos como isso nos afetará, só recebemos. Mas, a conta chega e é alta.
A abordagem essencialista não deixa chegar ao ponto de remediar, mas previne tomando decisões que em sua grande parte consistem em dizer não educadamente.
Em busca do essencial
O caminho do essencialista é estreito. Não é fácil dizer não, ter menos coisas, fazer menos coisas, sair do ritmo frenético.
É mais difícil ainda quando você tem no seu histórico uma Dani docinho, sempre muito solícita, mesmo que isso lhe custe o fígado.
Já tive medo de recusar convites para reuniões, eventos e coisas parecidas para não desapontar quem convidou.
Hoje, não mais. Recusei muitos esse ano que passou por não estarem dentro do meu propósito.
Tenho ganhando muita liberdade, tempo e espeço em troca. Um alívio grande!
Nós tememos magoar as pessoas e assim vamos colecionando uma vida que é fruto das decisões das prioridades dos outros.
Temos que aprender a impor limites.
Com diz Greg:
Por mais difícil que seja dizer não a alguém, se não o fizermos poderemos perder algo muito mais importante.
Esses são apenas alguns dos aprendizados com o livro, das sedimentações de alguns comportamentos que eu já havia adotado.
Tais comportamentos (principalmente o “dizer não”) ainda estavam inebriados pelo medo e foram mais fortificados com a leitura do livro.
Eu vi isso como resposta de oração, porque pedi muito a Deus que me libertasse da sensação de culpa por não estar correspondendo às expectativas dos outros.
O livro , se for você for meio sensível, vai arrancar alguma lágrimas no final, mas vai energizar sua mente e coração. Indico demais a leitura.
Para refletir: Sem dúvida o trabalho árduo é importante. Porém, mais esforço, não gera necessariamente mais resultado”
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