Cuidado com a atenção fragmentada !

A explosão de informações na atualidade nos deixa cansados.

Acabamos por ficar com a atenção fragmentada, dividida.

Vivemos num jogo de equilíbrio diariamente.

Pois tentamos priorizar o que realmente precisamos e muitas vezes não sabemos o que pode ser descartado.

Temos dificuldade de identificar o que é importante.

Consumimos muita coisa inútil

Durante um dia inteiro consumimos muita coisa inútil e , às vezes, produzimos inutilidades também ao compartilharmos inutilidades.

Mas eu sei que nem toda bobagem é ruim.

Pois algumas bobagens que parecem inúteis servem para nos entreter.

Mas, elas também servem para fragmentar nossa atenção e nos desviar das coisas mais importantes que devem ser feitas e não podem esperar.

Precisamos de filtros

Por isso, é necessário que criemos filtros e estabeleçamos ordem no meio do caos de informação.

Para isso, devemos organizar a nossa mente e definir prioridades.

Do contrário, seremos tolhidas pela avalanche de informações que cansa nosso cérebro e nos deixa improdutivos.

Como ajustar isso?

Vejamos algumas medidas que podem nos ajudar a processar o excesso de informação:

1 – Escolha a monotarefa

Nossos cérebros evoluíram para prestar atenção a uma coisa por vez

Mas nós insistimos em fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Segundo o autor de A mente Organizada, Daniel J. Levitin , essa evolução do cérebro permitiu que nossos ancestrais pudessem caçar animais, criar e fabricar ferramentas e proteger sua família.

Esse filtro de atenção foi evoluindo ao logo dos séculos.

Isso, para nos auxiliar a nos fixarmos nas tarefas que estamos a fazer, deixando que passe apenas informação suficiente para nos tirar dessa concentração.

Exemplo: você está imerso na leitura de um livro empolgante e não vê mais nada, não escuta mais nada.

Só existem você e o livro.

Quando se trata de atividades intelectuais, insistir na multitarefa provoca um prejuízo enorme.

Pois absorvemos de forma rasa as informações, prejudicando nosso entendimento.

Por isso, prefira a monotarefa para atividades intelectuais.

2 – Defina o que é útil do que é distração

A distração pode estar onde você menos imagina.

Eu, por exemplo, tenho TDAH e é muito difícil para mim não me distrair.

Mas também tenho meus momentos de hiperfoco e quando gosto de algo posso passar horas lendo sobre o mesmo assunto.

Porém, se esse assunto não for útil para o que preciso fazer, acabo me distraindo do que preciso para fugir para aquilo que amo.

Às vezes, um conhecimento pode ser muito bacana, mas não útil.

Por exemplo, na época em que estava fazendo um curso de Sistemas e Mídias, qualquer nova linguagem de programação me chamava a atenção.

E quando ouvi falar da Julia… lá se foram horas tentando saber mais sobre essa nova linguagem…

Mas o que tinha que aprender mesmo era Processing, para ser aprovada nas disciplinas da faculdade.

Se eu não me regulasse, não faria mais nada.

A Julia me distraiu!

É fácil para mim distrair-me com a notícia de uma linguagem nova, como aconteceu quando soube da Linguagem de programação “Julia”.

Se eu não pusesse um filtro, a “Julia” roubaria boa parte do meu tempo porque ficaria pesquisando sobre as bibliotecas que ela usa, como aprender…

E quando percebesse, seriam horas buscando e consumindo informação que não preciso.

A atenção fragmentada e a ânsia por informação

A ânsia por conhecimento nos distrai e faz com que nos engajemos em algumas buscas inúteis.

Dessa forma, a nossa atenção fica fragmentada, quebrada em vários pedacinhos.

Assim, lemos muito e aprendemos pouco.

Mas por quê? Porque lemos fragmentos e não nos aprofundamos.

Portanto, para se desenvolver melhor faça uma lista de coisas relevantes para sua área de atuação (ou áreas).

Depois estabeleça o tempo necessário para se dedicar a cada uma delas.

Isso deve ser feito de acordo com o resultado que você deseja alcançar e de acordo com a prioridade que cada área tem.

Você verá os resultados. Não é fácil, principalmente se você for como eu (autista com TDAH) alternando entre momento excepcionais de foco e e distração.

Ferramentas para ajudar

Use aplicativos de gerenciamento de tarefas, uma agenda, um caderninho, aquilo que for mais confortável para você.

Sobre a Julia, não há tempo nem necessidade de aprender sobre isso agora, portanto ela vai ficar na gaveta de coisas que desejo aprender e podem esperar.

3 – Faça seleção ativa

Os nossos smartphones ajudam na hora de organizar a informação, mas a categorização ainda é nossa.

Porque é você que deve diferenciar o que é urgente daquilo pode esperar.

Fazer uma seleção ativa significa separar “agora” as coisas que você não precisa resolver das que você precisa e deve resolver.

Eu uso as quatro pilhas citadas no livro A mente Organizada:

  • precisam ser resolvidas imediatamente;
  • são importantes , mas podem esperar;
  • não são importantes e podem esperar;
  • deveriam ser “jogadas fora”

Depois de categorizar suas tarefas nessas pilhas você se verá muito mais atenta e menos distraída.

A seleção ativa ajuda manter o foco e a evitar as distrações.

Ao fazer a seleção ativa você tira o fardo do cérebro e transfere para o mundo exterior o trabalho de organizar.

Assim, sua mente fica mais leve e você fica mais produtivo e concentrado e também comete menos erros.

Eu costumo criar alguns algoritmos de organização.

Ou seja, passo a passos do que tenho que fazer para ver o meu trabalho concluído.

Pois seguindo o passo a passo que organizei com cuidado a atenção, a probabilidade de erros é mínima ou inexistente.

Você pode criar seu passo a passo num pedaço de papel ,caderneta, no Google Keep ou em outro dispositivo de sua preferência.

Resumo

Hoje nos vimos um pouco sobre atenção fragmentada.

Vimos também como algumas medidas simples podem gerar mais foco e atenção plena.

Você já pode começar a exercitar o que aprendeu usando o conceito de seleção ativa.

Agrupe suas tarefas nas quatro pilhas apresentadas aqui no texto.

Lembre-se: algumas tarefas são melhor realizadas quando feitas uma por vez.

Mas isso não significa que você não possa arrumar a casa enquanto escuta um audiolivro, por exemplo.

Abraço!

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