Como manter o foco quando se está criando se tudo compete pela nossa atenção?
Durante o processo criativo pode ser extremamente complicado focar no que deve ser feito.
Principalmente se não organizamos nosso espaço de trabalho e não tivermos clareza do que precisamos produzir.
Além disso, há fatores que não controlamos, como a gritaria do vizinho, o carro de som e outras bombas sonoras que insistem em nos atrapalhar.
Não somos programados para lidar com tantos captores de atenção ao mesmo tempo.
Mas você provavelmente deve conhecer alguém que acha que faz mais de uma tarefa ao mesmo tempo e se intitula multitarefas, não é mesmo?
Pois eu também conheço várias pessoas assim.
Porém, o que percebi é que elas raramente terminam o que começaram.
Outro ponto é a qualidade do trabalho. Por vezes, malfeito.
Atenção X competência
A nossa capacidade de atenção determina o nível da competência com que realizamos as nossas atividades.
Se a atenção é ruim, há maior chance de nos sairmos mal.
Contudo, se atenção for boa, a probabilidade de sucesso em nossas tarefas é maior.
A difícil arte de ter foco
Nos dias de hoje é muito difícil ficar concentrado em uma tarefa apenas.
Enquanto estamos digitando um texto, por exemplo, um navegador de internet está aberto querendo roubar nosso foco.
Mas também, há as notificações no celular nos chamando para uma conversa.
Seria mais fácil fechá-las e se concentrar apenas na escrita e edição do texto, mas é complicado deixar esses estímulos de lado.
Daniel Goleman em seu livro “Foco”, diz que a atenção funciona como um músculo.
Se pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela melhora e se expande.
O bom disso é que podemos treinar ter foco e deixar aqueles estímulos roubadores de atenção morrerem de fome.
Uma sociedade rica em informação, mas desatenta
Nobel Hebert Simon, economista estadunidense, ganhador do prêmio Nobel de Economia, previu em 1977 as consequências dessa enxurrada de informação as quais estamos expostas todos os dias. Ele afirmou:
“O que a informação consome é a atenção de quem a recebe”
São tantas informações, num espaço tão curto de tempo, que não conseguimos processá-las.
Entre e-mails, mensagens no Whatsapp, além das notificações em redes sociais como Twitter e Facebook, perdemo-nos.
Todas essas coisas competem pela nossa atenção e tiram o nosso foco daquilo que realmente precisa ser feito.
Mas calma, veremos mais a frente cinco passos para melhorar o nosso foco.
Os principais tipos de distrações
Quando falamos em foco não podemos esquecer as distrações.
Afinal, são elas que nos tiram o foco e desviam o nosso tempo, o qual utilizaríamos para algo necessário, para realizarmos tarefas adiáveis.
Os dois principais tipos de distrações são:
- Sensorial
- Emocional
O primeira, sensoriais, trata de distratores simples: Um exemplo disso é que ao ler essa postagem você pode acidentalmente desviar a sua atenção para a sidebar( barra lateral) do blog.
O segundo tipo, os emocionais, são mais perigosos, pois estão na nossa mente e a maioria das vezes não conseguimos controlá-los.
Um exemplo clássico é quando você está com algum problema para resolver e isso começar a preocupá-lo. Esse problema não pede licença e inicia uma espécie de martelada na sua mente.
Nem os mais focados escapam
Saiba que até as pessoas mais focadas não conseguem escapar desse tumulto emocional, porque os pensamentos oriundos de problemas nos incomodam.
O segredo é saber diferenciar a ruminação do problema da reflexão sobre o problema.
Ficar remoendo um mesmo problema na nossa mente cria um círculo vicioso que nos adoece.
Refletir sobre o problema e ver o que pode ou não ser feito para resolvê-lo ou delegar a quem possa, livra-nos de sermos atormentados por ele.
A ansiedade interrompe o nosso foco
Recorrendo novamente ao livro do Daniel Goleman, quero citar um exemplo de como a ansiedade interrompe nosso foco.
Alguns atletas universitários participaram de uma pesquisa correlacionando foco e ansiedade.
Os resultados mostraram perda de concentração e diminuição do desempenho em campo por conta da ansiedade.
Isso me fez lembrar de quando nos preparamos muito para uma apresentação, mas o nervosismo e a ansiedade no fazem esquecer que estamos preparados.
Dá aquele famoso “branco” e não conseguimos lembrar de nada.
Como treinar o foco
Treinar o nosso foco é possível e para começar você precisa aprender a ignorar algumas coisas.
Essas coisas podem ser o Whastapp tocando (desligue) ou um convite para ir às compras quando você precisa terminar de escrever um artigo.
Pensar em longo prazo também é outra forma de ter foco, principalmente se a tarefa é fastidiosa.
Para mudanças em longo prazo é preciso agir com constância.
O foco requer disciplina e a disciplina requer um quê de motivação.
Encontre a motivação correta e será muito mais fácil terminar uma tarefa, mesmo que você não goste dela.
Vejamos agora cinco passos para manter o foco durante o processo criativo.
5 passos para manter foco
Meu processo criativo mais comum é a escrita.
Logo, contextualizei esses cinco passos em torno dela.
Vamos ver cada uma das etapas que uso para manter o foco na atividade de escrever.
Mas você poderá adaptá-los.
1. Crie um sistema de trabalho
Criar um sistema de trabalho ajuda você a se manter focado na tarefa que precisa ser feita. O meu sistema para escrever postagens para o blog funciona da seguinte forma:
- Escolher os temas das postagens da semana;
- Buscar fontes (livros e/ou em sites confiáveis em língua inglesa e portuguesa);
- Definir o título das postagens dentro de cada tema;
- Pesquisar as palavras-chaves para cada postagem;
- Escolher as imagens para essas postagens;
- Começar a escrever.
O meu foco é escrever a postagem, mas se eu não tiver todos esse recursos mencionados acima já definidos eu vou perder mais tempo.
Logo, minha produtividade cairá e com certeza ficarei passeando de um lado para o outro e não terminarei o meu objetivo: escrever a postagem.
2. Organize seu sistema de trabalho
Não basta apenas anotar o que deve se feito, você deve organizar seu sistema de trabalho. Eu gerencio todas essas atividades do tópico anterior dentro de um aplicativo chamado Trello.
Dessa forma posso adicionar sub-tarefas dentro das tarefas já estabelecidas e posso ver o que falta ou que é necessário acrescentar.
Essa ferramenta me ajuda a deixar o meu sistema organizado e as informações que preciso sempre à mão, como links para sites interessantes, que ficarão guardados caso eu queira recorrer a eles no futuro.
3. Organize o seu ambiente de trabalho
Uma mesa de trabalho deve ser arrumada a fim de evitar o mínimo de distrações.
Mas um mesa arrumada não significa literalmente tudo certinho, mas tudo do jeito que você precisa para trabalhar.
4. Faça pequenas pausas
Escrever é um processo muitas vezes exaustivo, pois permanecemos na mesma postura por vários minutos ou até horas.
No final de um dia, se as pausas forem negligenciadas, estaremos acabados e cheios de tensões por todo o corpo.
Uma dica muito preciosa é fazer pequenas pausas de 15 minutos a cada um ou duas horas.
Pode ser uma pausa para um lanche, para ver um desenho animado na Netflix ou ainda para deitar no sofá e saborear um chá ou um suco bem gelado.
O importante é que você se desligue um pouco para voltar com mais energia.
5. Hidrate-se
Não esqueço o meu squeeze com água, meio limão espremido e gengibre em pó.
Mas só água já resolve.
Manter-se hidratada é fundamental para o seu cérebro funcionar bem.
Rumo ao objetivo
Essas foram as minhas dicas para ajudar você a manter o foco no que precisa ser feito e ter uma rotina com menos estresse durante seu processo criativo.
Como dizia Hebert Simon, “o que a informação consome é a atenção de quem recebe”, saibamos ser mas criteriosos com o que armazenamos na nossa caixa de entrada.
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