A arte de não escrever para Web

O que é realmente necessário quando o assunto é escrever para a Web?

Há tanta informação na rede e vamos ser sinceros , nós não lemos tudo!

Simplesmente passamos os olhos rapidamente em busca de palavras que nos levem ao que realmente estamos procurando.

A terceira lei de usabilidade de Krug

A terceira lei de usabilidade de Krug, autor do livro “Não me faça pensar” nos orienta a nos livramos de metade das palavras de cada página e depois de metade das que restaram.

Parece bem subversivo, mas a ideia é se livrar do velho papo furado, do “encher linguiça” só para o post parecer grande e completo.

Menos palavras inúteis

A regra de Krug é uma maneira de nos encorajar a sermos mais cuidadosos no uso das palavras.

É um desafio, principalmente para quem gosta de escrever muito.

Mas é uma regra necessária.

Então agora só escreverei textos minúsculos?

Mas veja bem, isso não significa agora que você apenas escreverá artigos curtos ou mais curtos, até porque a maioria dos artigos que está na primeira página do Google possuem mais de 2.000 palavras.

Mas essas 2.000 palavras contêm informações úteis.

Um história curta para ilustrar

A história a seguir é uma metáfora sobre o desafio da edição de um texto,  escrito pelo saudoso jornalista Arnaldo Nogueira.

O feirante britânico

O homem chega à feira e lá encontra seu compadre, arrumando os peixes num imenso tabuleiro de madeira. Cumprimentam-se.

O feirante está contente com o sucesso do seu modesto comércio.

Pois entrou no negócio há poucos meses e já pôde até comprar um quadro-negro pra badalar seu produto.

Atrás do balcão, num quadro-negro, está a mensagem, escrita a giz, em letras caprichadas: HOJE VENDO PEIXE FRESCO. Pergunta, então, ao amigo e compadre:

– Você acrescentaria mais alguma coisa?

O compadre releu o anúncio. Discreto, elogiou a caligrafia. Como o outro insistisse, resolveu questionar. E perguntou ao feirante :

– Você já notou que todo o dia é sempre hoje? – E acrescentou: – Acho dispensável. Esta palavra está sobrando…

Então, o feirante aceitou a ponderação: apagou o advérbio. O anúncio ficou mais enxuto. VENDO PEIXE FRESCO.

– Se o amigo me permite – tornou o visitante – gostaria de saber se aqui nessa feira existe alguém dando peixe de graça.

Que eu saiba, estamos numa feira. E feira é sinônimo de venda.

Portanto, acho desnecessário o verbo. Se a banca fosse minha, sinceramente, eu apagaria o verbo.

O anúncio encurtou mais ainda: PEIXE FRESCO.

– Me diga uma coisa: Por que apregoar que o peixe é fresco? O que traz o freguês a uma feira, no cais do porto, é a certeza de que todo peixe, aqui, é fresco.

Porque não há no mundo uma feira livre que venda peixe congelado…

E lá se foi também o adjetivo. Ficou o anúncio, reduzido a uma singela palavra: PEIXE.

Mas, por pouco tempo. O compadre pondera que não deixa de ser menosprezo à inteligência da clientela anunciar, em letras garrafais, que o produto aí exposto é peixe. Afinal, está na cara. Até mesmo um cego percebe, pelo cheiro, que o assunto, aqui, é pescado…

O substantivo foi apagado. O anúncio sumiu. O quadro-negro também. O feirante vendeu tudo. Não sobrou nem a sardinha do gato.

E ainda aprendeu uma preciosa lição: escrever é cortar palavras.

*Esse texto foi retirado do Blog do Elton Tavares (http://eltonvaletavares.blogspot.com.br/2012/08/escrever-e-arte-de-cortar-palavras-de.html)

Faça um bom trabalho

Faça um bom trabalho. Seja grande ou curto, o seu texto deve ajudar alguém.

Conhecer seu público ajuda muito

Para fazer um bom trabalho é interessante conhecer seu público-alvo e essa não é uma tarefa muito simples. Às vezes é necessário ainda construir um público.

Você pode saber mais sobre esse assunto lendo essa postagem: Como definir o seu público-alvo.

Não negligencie a estrutura do texto

Um bom trabalho também requer atenção quanto à estrutura do seu texto.

Por isso, use hierarquias (h1, h2, h3) .

Enfatize os pontos principais com negrito ou itálico, pois isso facilita muito a vida do leitor (que literalmente escaneia o seu texto).

Mas também faça bom uso de imagens e não esqueça de destacar frases ou pensamentos dentro do seu texto.

Trabalhe a escaneabilidade.

Para deixar o seu texto legível veja as dicas a seguir:

  • Opte por introduções curtas (Introdução não é desenvolvimento);
  • Não enrole para dizer algo, simplesmente seja objetivo e facilite a vida do seu leitor;
  • Evite redundâncias;
  • Melhore frases confusas;
  • Elimine em torno de 25% do texto original

Gostou das dicas?

A grande lição é: trabalhe bem as palavras.  

Você não precisa escrever textos minúsculos, mas também não é necessário redigir um e-book em forma de post.

Escreva com clareza, pense no seu leitor.

E não negligencie a estrutura do texto, revise quantas vezes for necessário.

Procure diminuir as sentenças, reformule frases.

Enfim, faça um bom trabalho!

2 respostas para “A arte de não escrever para Web”

  1. Avatar de isabelborgert

    Olá
    excelente reflexão sobre o tema , sempre fico na dúvida quando escrevo e muitas vezes as pessoas inclusive eu pecamos pelo excesso.Ainda tenho muito que aprender para ser breve e objetiva..
    Bjs
    Bom fim de semana.

    1. Avatar de Daniele Leite

      Olá Isabel, dependendo do assunto não precisa ser breve não. Temos que escrever textos completos, mas sempre devemos revisar e cortar aquilo que é desnecessário, redundante ou que não fará falta.
      Bjos!
      Bom fim de semana!

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